As controvérsias e os protestos contra os excessos gastos para a realização do Mundial de 2014 não abalaram a fé do brasileiro na igualdade do futebol entre classes. Quando há uma bola, não há idade, género, estatuto social ou origem que impeça aquilo que nasceu naqueles pés. As óbvias desigualdades entre ricos e pobres desvanecem-se no grito emocional de golo. Mesmo longe do palco e dos holofotes, aqui o marcador cresce com a pureza do jogo que se vê diariamente em campos de terra, nas favelas, em prédios degradados, na praia com vista para o Cristo Redentor. É a fé na partilha das chuteiras, nas bolas remendadas, que continua a alimentar o imaginário mundial com a relação visceral entre o brasileiro e o futebol. Em nome do pai, do filho e do espírito do futebol. Ámen.