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DANIEL RODRIGUES

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Echoes of the Thousand Hills

30 anos de memória e reconciliação no Ruanda

Aqui está a tradução totalmente em português de Portugal, com o tom grave, rigoroso e profundamente respeitoso que este tema exige:
 

Em 1994, o mundo assistiu com horror e incredulidade a um dos genocídios mais devastadores da história moderna. Em apenas 100 dias, entre 800 mil e 1 milhão de pessoas, maioritariamente da etnia tutsi, foram brutalmente assassinadas numa vaga indescritível de violência e ódio. O Ruanda, a terra das mil colinas, transformou-se num cenário de terror absoluto entre abril e julho desse ano. Trinta anos depois, regressamos a esta terra ferida para escutar os ecos das vozes daqueles que sobreviveram a uma brutalidade sem precedentes.
 

Falamos com mães que perderam os filhos, esposas que viram os maridos ser massacrados e crianças que ficaram órfãs, forçadas a crescer num mundo de desolação. Entre os testemunhos, encontramos também a amarga confissão de um dos agressores hutus que, apesar de admitir os atos atrozes que cometeu, conseguiu obter perdão. Todos, sem exceção, vivem com cicatrizes profundas e memórias assombrosas que continuam a persegui-los.

O trauma do genocídio é uma sombra que não desaparece, uma dor que pulsa na memória de cada pessoa que perdeu alguém. As imagens do horror são como fantasmas persistentes, sempre à espreita, invadindo momentos de silêncio e de aparente paz. Estes são os ecos das mil colinas, um regresso ao Ruanda, não apenas para lembrar, mas para sentir a intensidade de uma dor que nunca desaparecerá por completo.

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A distinção entre hutus e tutsis remonta à era colonial, quando os colonizadores belgas favoreceram os tutsis em posições de poder, criando um profundo ressentimento entre os hutus, que eram mais numerosos, mas foram decretados como agricultores, enquanto os tutsis foram elevados a uma elite, reforçando as diferenças étnicas entre ambos.
 

Apesar de ocuparem posições socioeconómicas distintas, esta categorização entre etnias tornou-se profundamente enraizada na sociedade ruandesa e, em 1935, foi institucionalizada com a criação de cartões de identidade étnica.

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Desde a década de 1960, sobretudo nas zonas mais rurais do Ruanda e no sul do país, esta distinção desencadeou uma revolta entre os hutus, com relatos de vários assassinatos e perseguições de tutsis durante esse período.
 

Estes acontecimentos tornaram-se comuns para muitos e, com a crise económica e política dos anos 1990, seguida da guerra civil entre o governo dominado pelos hutus e o grupo rebelde tutsi, a Frente Patriótica Ruandesa (RPF), culminaram num momento decisivo: o assassinato do Presidente Juvénal Habyarimana, um hutu, cujo avião foi abatido a 6 de abril de 1994. Este ataque foi usado como pretexto para desencadear massacres meticulosamente planeados, dando início a um dos genocídios mais devastadores da história moderna.

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Na manhã de 7 de abril, horas após o assassinato do antigo presidente, começaram de imediato ataques coordenados contra tutsis e hutus moderados. Muitos foram rapidamente perseguidos, atacados ou mortos depois de os seus nomes e os das suas famílias terem sido transmitidos pela Radio Télévision Libre des Mille Collines, que desempenhou um papel propagandístico, promovendo e incitando ao ódio e à violência contra os tutsis, chegando mesmo a chamá-los de “baratas”.

Ao acordarem, a maioria ainda não sabia que suas vidas estavam prestes a mudar para sempre, passando horas, dias e meses aterrorizados, como foi o caso de Mukansanga Veneranda, que tinha 36 anos na época. Como muitos tutsis, Veneranda acabou perdendo o marido, o filho de dois anos e foi violada durante dois dias, quando pensava que seria salva pelos soldados. «A minha irmã e a minha sobrinha de 16 anos morreram de SIDA depois de termos sido violadas durante dois dias. Eu engravidei em vez de contrair SIDA. Teria preferido morrer a ter esta criança. Uma criança de um assassino.» As organizações de direitos humanos estimam que entre 250 000 e 500 000 mulheres foram violadas durante o genocídio.
 

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Os massacres intensos que ocorreram nos primeiros dias por todo o país, de norte a sul, onde comunidades inteiras foram dizimadas, criaram um sentimento de medo entre todos os tutsis, mesmo nos momentos mais silenciosos. “O que alimentava o nosso medo era quando tudo ficava… quieto. Quanto mais quieto estava, mais assustador se tornava. O silêncio aterrorizava-nos”, diz François-Xavier Ngarambe, um sobrevivente que se encontrava numa escola onde lecionava em Kigali, no momento em que os massacres começaram, e onde cerca de 100 pessoas foram mortas dias antes de ele conseguir embarcar num avião para a Bélgica. “Eles escolhiam as suas vítimas, alguns eram mortos à direita, à esquerda, em cima das camas, debaixo das camas, a tiro, golpeados com machetes.”

Após o massacre, o impacto psicológico permaneceu para sempre. Traumas profundos e devastadores são relatados por Kalisa Gilbert, que tinha apenas 8 anos quando perdeu toda a família, tornando-se órfão. Continua a sofrer de medo e vive profundamente perturbado. “Eu não conseguia saber exatamente o que aconteceu, não sei o que aconteceu aos meus irmãos. Mas sei onde morreram. Não os conseguia distinguir.”
 

Não importava se era homem, mulher, idoso ou criança. Se fosse tutsi, os hutus matavam-no. Estima-se que entre 800 000 e 1 milhão de pessoas foram assassinadas em apenas 100 dias, das formas mais horríveis imagináveis. Tiros, facadas, espancamentos, fogos. O que importava era “cortar as árvores altas”, uma metáfora para matar tutsis, que apenas diziam: “Temos de fazer o que pudermos para sobreviver.”

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Estima-se que cerca de 95 000 crianças ficaram órfãs devido à violência e aos massacres que ocorreram. Ndagijimana François perdeu toda a sua família quando tinha apenas 11 anos. “Vi o meu pai ser morto enquanto estava sentado no seu colo. Bateram-lhe com paus cheios de pregos. Bateram-lhe até à morte.” Para além das cicatrizes emocionais que sofreu ao testemunhar o assassinato do pai, conseguiu fugir para a floresta, onde foi apanhado por um grupo de hutus que lhe deixaram marcas físicas para toda a vida, depois de o atacarem com machetes. Ainda hoje, diz não saber como conseguiu sobreviver.

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Durante o genocídio, vários massacres ocorreram sobretudo em locais onde as pessoas acreditavam estar seguras. Para muitos, lugares sagrados. Igrejas, escolas e outros espaços que deveriam ter sido refúgios transformaram-se em verdadeiros campos de morte. François-Xavier recorda que o sentimento de medo e de desespero levou milhares de ruandeses a procurar proteção na fé: “Perante o medo, ficamos à mercê de Deus.”
 

Muitos dos grandes massacres ocorreram precisamente nesses locais. “A maioria das pessoas que morreu no genocídio morreu nas igrejas. Porquê? Porque pensávamos que não havia outro lugar seguro além da casa de Deus. Pensávamos que ninguém teria coragem de entrar numa igreja.” Ndagijimana François estava enganado; a igreja tornou-se num campo de extermínio.

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Um dos muitos exemplos é a Igreja de Nyamata, que atualmente, como a maior parte das igrejas onde ocorreram massacres, funciona como memorial, um lugar de educação e reflexão, mantendo viva a memória das vítimas. Ainda hoje é possível ver as roupas de alguns dos milhares de tutsis que procuraram refúgio ali, mas foram mortos por milicianos Interahamwe e por soldados do governo. Estima-se que cerca de 10 000 tutsis perderam a vida apenas naquela igreja.
 

Em março de 2017, mais de vinte anos depois, a Igreja Católica do Ruanda pediu publicamente desculpa pelo papel de alguns dos seus membros no genocídio. O Vaticano, inicialmente hesitante em assumir responsabilidade direta, acabou por reconhecer, no mesmo ano, o envolvimento de membros da Igreja no genocídio.
 

A transformação de igrejas em locais de massacre no Ruanda evidencia a relação complexa entre fé, poder e violência. O fracasso das igrejas em proteger os mais vulneráveis, aliado à participação ativa de alguns líderes religiosos nos crimes, colocou em causa o papel moral e espiritual da instituição.

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No sul do Ruanda, na Escola Técnica de Murambi, cerca de 65 000 tutsis procuraram refúgio, guiados por promessas de proteção do governo. Contudo, a 21 de abril, forças governamentais e milicianos Interahamwe cercaram a escola e levaram a cabo um massacre que durou várias horas. Os atacantes usaram machetes, lanças, granadas e armas de fogo para matar todos os tutsis ali reunidos.Estima-se que entre 40 000 e 50 000 pessoas foram mortas nesse dia.


Os corpos foram deixados a apodrecer no local e permaneceram expostos durante semanas, criando um cenário de horror e desespero.

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Mais a oeste, perto do Lago Kivu, com vista para o Congo, milhares de tutsis refugiaram-se nas colinas de Bisesero. Ao contrário de muitas outras zonas, os tutsis de Bisesero organizaram uma defesa corajosa contra os ataques das milícias Interahamwe e das forças governamentais. Armados com pedras, paus e as poucas armas de que dispunham, conseguiram resistir durante várias semanas, enfrentando investidas incessantes.
 

Entre maio e junho de 1994, os ataques tornaram-se cada vez mais violentos e sistemáticos. Estima-se que cerca de 50 000 tutsis tenham sido massacrados nas colinas de Bisesero durante esse período. “Diziam que não havia misericórdia para o inimigo”, recorda um dos sobreviventes, Ndoli Charles, de 69 anos, descrevendo cenas de brutalidade extrema em que os atacantes usavam machetes, lanças, granadas, paus com pregos e armas de fogo para massacrar indiscriminadamente homens, mulheres e crianças.
 

Após este episódio, Ndoli Charles ficou sozinho; a mulher e os filhos estavam entre as vítimas.

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A comunidade internacional, especialmente os Estados Unidos e a França, hesitou em reconhecer a gravidade da situação e em classificar os acontecimentos como genocídio, o que resultou numa resposta tardia. A Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio, de 1948, obriga os países signatários a intervir para prevenir e punir o genocídio. A relutância em usar o termo genocídio foi, em parte, uma estratégia para evitar essa obrigação legal. Muitos países não reconheceram publicamente o genocídio de imediato, devido a interesses políticos e burocráticos, falta de informação detalhada e, sobretudo, ao risco político de envolvimento.
 

Meses após o massacre, em junho de 1994, a França decidiu lançar a “Operação Turquesa”, uma intervenção militar destinada a criar uma zona segura no sudoeste do Ruanda. No entanto, os esforços revelaram-se inúteis. Os tutsis continuaram a ser dizimados. “A França teve um papel significativo na morte de muitas pessoas”, afirma Ndoli Charles, que conseguiu encontrar-se com tropas francesas e implorou por ajuda. Os sobreviventes relataram os massacres e pediram proteção. As tropas francesas prometeram regressar dentro de três dias para os resgatar, mas essa promessa nunca foi cumprida. “Não fizeram nada em Bisesero.” Nos dias seguintes, os ataques contra os tutsis continuaram sem cessar, e muitos dos perpetradores do genocídio escaparam para o Zaire, hoje República Democrática do Congo.
 

A operação foi vista como uma tentativa da França de manter a sua influência na região e proteger os seus aliados hutus, em vez de impedir o genocídio.
 

Apenas em 2019 o Presidente francês Emmanuel Macron reconheceu que a França teve uma “falha significativa de avaliação” durante o genocídio ruandês, admitindo graves erros políticos e um apoio excessivo ao governo hutu. A França abriu investigações judiciais sobre o papel de altos responsáveis militares e políticos durante o genocídio, enquanto a Bélgica, apenas em 2021 — mais de 27 anos depois — reconheceu oficialmente as suas responsabilidades e pediu desculpa pelo seu papel no genocídio.

Após o genocídio, foi criado o Tribunal Penal Internacional para o Ruanda (TPIR), em Arusha, na Tanzânia, com o objetivo de julgar os principais responsáveis. No entanto, devido ao número esmagador de casos que ficariam por julgar, o novo governo ruandês decidiu implementar os tribunais Gacaca, um sistema de justiça comunitária para julgar crimes relacionados com o genocídio. Estes tribunais trataram mais de 1,2 milhões de processos, contribuindo para promover a reconciliação entre as comunidades afetadas.
 

Os tribunais Gacaca eram compostos por anciãos e líderes comunitários eleitos localmente. Realizavam julgamentos abertos ao público, onde testemunhas e vítimas podiam apresentar os seus testemunhos. O objetivo era garantir a participação da comunidade na procura da verdade.
 

Embora tenham enfrentado diversas críticas quanto à qualidade dos julgamentos, à proteção de testemunhas e à capacidade deste sistema de justiça assegurar direitos de defesa adequados, estes tribunais populares desempenharam um papel crucial no processo de reconciliação, segundo os próprios ruandeses. “Se não fosse o Gacaca, não haveria unidade nem reconciliação. Podem não ter acontecido da mesma forma”, afirma Ines Eugenie, que perdeu toda a família no genocídio de 1994.

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O processo de unidade e reconciliação, fortemente apoiado pelo Presidente Paul Kagame, foi extremamente importante no período pós-genocídio, permitindo que todos avançassem numa altura em que o país estava frágil e profundamente traumatizado. O perdão entre vítimas e perpetradores foi “importante e trouxe-nos paz”, confessa Bucyana Innocent, um antigo hutu responsável por ordenar a morte de vários tutsis, incluindo os pais de François-Xavier Ngarambe. Durante os 12 anos em que esteve preso, e após escrever várias cartas a pedir perdão ao governo ruandês e ao povo pelos seus atos, em 2019 obteve o perdão de François-Xavier, sendo ambos atualmente um exemplo do processo de unidade e reconciliação do país.

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Mas nem todos partilham a mesma opinião. Para Ndagijimana François, que continua sem saber o que aconteceu ao corpo da mãe depois de ela ter sido morta na estrada, as perguntas permanecem dolorosamente abertas: “Como é que ela acabou? Veio um cão durante a noite e levou o corpo? Veio uma hiena e mordeu-lhe a perna, mordeu-lhe a coxa? Comeu a carne e foi-se embora? Vieram os abutres comer-lhe os olhos e depois partiram?” Recorda, com tristeza, que as pessoas que os mataram tinham sido as mesmas com quem se casavam, a quem davam terra para cultivar e a quem ajudavam diariamente. Trinta anos depois, continua a questionar que humanidade existia nessas pessoas e como é que o povo ruandês pode sentir paz e viver como se nada tivesse acontecido.

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Com a tomada de Kigali pela Frente Patriótica Ruandesa (RPF), o genocídio terminou oficialmente em julho de 1994, mas o país ficou devastado, com centenas de milhares de corpos espalhados e a infraestrutura em ruínas. “Encontrámos o país num estado de decomposição, com corpos espalhados pelas colinas. O lugar inteiro cheirava terrivelmente mal, com cadáveres por todo o lado. Víamos corpos a serem comidos por cães”, recorda Kalisa Gilbert, que não consegue esquecer o que viu quando regressou ao Ruanda.
 

A reintegração foi difícil devido à desconfiança e ao medo, com os sobreviventes a enfrentarem enormes desafios emocionais e psicológicos, lidando com traumas profundos, com a perda de familiares e amigos, e com memórias horríveis. O trauma continua a sentir-se hoje e “não se consegue esquecer”, confessa Kalisa, trinta anos depois, ao rever essas imagens na sua mente.
 

Após o genocídio, o Zaire (atual República Democrática do Congo) recebeu muitos refugiados hutus, incluindo perpetradores do genocídio, como os Interahamwe.

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nquanto a maioria dos ruandeses tentava retomar a sua vida, em 1996 — acreditando que o genocídio tinha terminado e que o país estava em paz — os hutus no Zaire tentaram regressar ao sudoeste do Ruanda, afirmando que “todo o sobrevivente deve morrer”, e começaram novamente a matar, relata Ndoli Charles, enquanto mostra as cicatrizes das 9 balas que o atingiram nesse ano. Estas marcas, feitas apenas dois anos depois do genocídio, trazem de volta o drama do massacre em que perdeu toda a família. “Sobrevivi duas vezes.”
 

Desde o genocídio, Ndoli e centenas de milhares de outros ruandeses não conseguem deixar de ter pesadelos e de reviver tudo o que aconteceu nesse período. “Não consigo passar uma semana sem sonhar que estou em guerra.”

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Paul Kagame, líder da Frente Patriótica Ruandesa, desempenhou um papel crucial no fim do genocídio. Nascido em 1957, Kagame cresceu no Uganda como refugiado e integrou o movimento guerrilheiro que derrubou o regime de Idi Amin. Em 1990, liderou a invasão do Ruanda pela FPR e, em 1994, os rebeldes conseguiram pôr fim ao genocídio ao capturar Kigali. Desde então, Kagame tem sido uma figura central na política ruandesa, tendo sido eleito em julho passado para o seu quarto mandato consecutivo com 99% dos votos.
 

O atual presidente é visto como um pacificador, capaz de trazer estabilidade e crescimento económico ao Ruanda, além de implementar políticas de reconciliação nacional. No entanto, apesar de o seu governo também enfrentar críticas por repressão política e restrições à liberdade de expressão, continua a ser visto como um “Deus”, um “Herói”, um “Salvador” e, por vezes, um “Pai”, como a maioria dos ruandeses se refere a ele.

Após o genocídio de 1994, o governo ruandês, pela voz do Presidente Paul Kagame — considerado por muitos sobreviventes “um herói e um pai” — implementou políticas destinadas a promover a reconciliação e a unidade nacional, evitando contrastes étnicos. Programas educativos e sociais foram concebidos para atenuar divisões e reforçar uma identidade nacional comum. Hoje, o trauma continua visível entre os ruandeses e poderá levar anos, ou até décadas, a sarar. O processo de reconciliação é lento, mas o Ruanda orgulha-se de ser uma nação onde a identidade étnica não é oficialmente promovida. Contudo, estas castas podem ainda persistir em algumas comunidades, apesar dos esforços do governo para reforçar a coesão e a reconciliação.
 

A recuperação e reconstrução do Ruanda são um testemunho da resiliência e determinação do seu povo, mas também um lembrete da necessidade contínua de vigilância, justiça e educação para garantir que horrores desta magnitude nunca voltem a acontecer.
 

O genocídio no Ruanda deveria ter servido como um alerta para a comunidade internacional, evidenciando a necessidade de uma resposta rápida e decisiva perante crises humanitárias. No entanto, a repetição de genocídios e atrocidades em massa no século XXI demonstra que muitos dos desafios estruturais e políticos que impediram uma resposta eficaz no Ruanda continuam a persistir.
 

A hesitação em usar o termo “genocídio” e a relutância em intervir por razões políticas, económicas e estratégicas continuam a comprometer a capacidade da comunidade internacional de prevenir e responder de forma eficaz a crises desta natureza.

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