Inaugurado nos anos 1950 e encerrado poucos anos depois, o Grande Hotel da Beira transformou-se em centro de conferências e, mais tarde, em refúgio durante a guerra. Hoje, cerca de 3.500 pessoas vivem aqui em condições precárias. Uma cidade dentro de uma ruína, entre a memória e a sobrevivência.

O Grande Hotel da Beira abriu em 1955 como um símbolo do luxo moderno. Encerrado em 1963, manteve a piscina ativa e acolheu conferências ocasionais. Durante a guerra civil de Moçambique, entre 1977 e 1992, tornou-se abrigo para famílias deslocadas.

Atualmente, o antigo salão de baile é dormitório, os corredores funcionam como ruas e a piscina vazia serve de pátio comunitário. Calcula-se que cerca de 3.500 pessoas vivam aqui em condições frágeis, com ligações improvisadas de água e eletricidade e uma economia de subsistência.

A arquitetura modernista resiste entre o sal e a humidade, com janelas partidas e a estrutura exposta. Entre o passado monumental e o presente vivido, o hotel reflete a cidade e as suas desigualdades. Planos de realojamento têm sido discutidos ao longo dos anos, mas a vida continua a reorganizar-se dentro da carcaça do edifício.

Estas fotografias ligam passado e presente. Mostram como um símbolo de luxo se tornou refúgio e como uma cidade encontra formas de resistir dentro das suas próprias ruínas.