DANIEL RODRIGUES
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Fotógrafo | Fine Art
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LifeLine Express Train
2019
2019
LifeLine Express Train


Dumka, 9h da manhã. Forma-se uma fila na estação e a esperança chega com o comboio-hospital. O LifeLine Express traz cirurgias gratuitas a quem vive longe dos cuidados de saúde. Para muitos, uma operação às cataratas significa voltar a ver e a viver.
O LifeLine Express é um hospital que viaja sobre carris e pára onde a saúde é escassa. Instala-se durante vinte e cinco dias e abre as portas a quem precisa. O primeiro comboio entrou em serviço a 16 de julho de 1991. Hoje, a composição tem seis carruagens equipadas com material médico, duas salas de operações, dormitórios para voluntários, uma cozinha e escritórios.
De dois em dois meses, com o apoio de patrocinadores e equipas médicas voluntárias, define-se um novo destino. Cada paragem é organizada por especialidade: olhos, ouvidos, ortopedia, cirurgia plástica e rastreio mamário. A semana da visão é normalmente a mais intensa. Em alguns locais realizam-se entre oitenta e duzentas cirurgias de cataratas num único dia.
Em Dumka, a estação enche cedo. Primeiro a triagem, depois a decisão clínica e, por fim, a operação. O que se vê são histórias concretas. Vimali Mandal, de sessenta e sete anos, saiu do bloco operatório a sorrir. Não podia pagar um hospital privado e agora voltou a ver. Suboodh Jha, de setenta e dois anos, esperou dois dias. A cirurgia demorou quinze minutos. Saiu cambaleante, mas feliz, a dizer que finalmente iria ver melhor.
Cerca de vinte pessoas mantêm o projeto a funcionar a bordo, desde a logística até às equipas clínicas. Gestores de projeto e cirurgiões locais partilham a mesma ideia: levar o hospital a quem está fora do mapa. Como disse um médico, as pessoas perdem a esperança quando não existe tratamento onde vivem. O comboio chega e a esperança regressa.
Ao fim de vinte e cinco dias, o LifeLine Express segue viagem. A luz permanece em muitos olhos e fica uma lição clara: se ninguém vai, vamos nós.























