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DANIEL RODRIGUES

Fotógrafo | Fine Art

DANIEL RODRIGUES

Fotógrafo | Fine Art

The Real Cost of Cheap Shirts

2017

2017

The Real Cost of Cheap Shirts

Existem dois tipos de fábricas no Bangladesh: as que exportam e as que produzem para o mercado local. Ou melhor, aquelas que se assumem como 100% exportadoras, integradas nas EPZs (Export Processing Zones) e sujeitas a leis e inspeções rigorosas, e as que vendem para ambos os mercados, embora não o admitam, funcionando na maioria das vezes como subcontratadas quando as grandes fábricas não conseguem responder ao número crescente de encomendas de compradores internacionais. E, para estas, não existem regras. "Não conseguimos seguir todas as normas impostas pela BGMEA (Bangladesh Garment Manufacturers and Exporters Association)", diz Md Salahudin, fundador e gestor de uma fábrica em Savar, que garante apenas duas coisas: "segurança [o edifício tem apenas um piso] e salários [a partir de 7000৳]".

Após o colapso do Rana Plaza, o governo proibiu a abertura de novas pequenas fábricas, mas estas continuam a surgir com a permissão das autoridades locais. Nem sequer a questão do emprego de menores está salvaguardada, já que existe o Cartão de Identificação Nacional, emitido localmente, que permite aos jovens trabalhadores mentirem sobre a sua idade real. Quando perguntamos a alguns dos jovens que vemos a coser etiquetas de marcas internacionais, viram a cara e dizem que não percebem inglês.

Gestores de fábricas de topo, que preferem manter o anonimato, afirmam também sentir falta de apoio por parte dos compradores: "A conformidade não é nada. É apenas dinheiro dos compradores. Eles ditam as regras. Chegam a determinar de que fornecedores devemos adquirir os tecidos e os equipamentos". As mesmas queixas vêm de ambientalistas, que apontam a pressão exercida pelos compradores nesta área, mas sem qualquer investimento real.

Daniel Rodrigues para o The New York Times.

Mais em: https://nyti.ms/2vwZtif

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